Interpol trabalha com risco de criminosos de Mossoró tentarem fugir para países vizinhos

A Interpol trabalha com a possibilidade de que os dois criminosos que fugiram do presídio federal de segurança máxima de Mossoró (RN) tentem escapar para países vizinhos ao Brasil.

Nesta quinta-feira (15), a Interpol incluiu os nomes de Rogério da Silva Mendonça, conhecido como Querubim, e Deibson Cabral Nascimento, o Tatu, na difusão vermelha — lista de criminosos procurados internacionalmente.

Na avaliação de Urquiza, a maior probabilidade é de que os criminosos, caso tentem deixar o Brasil, busquem países que fazem fronteira terrestre.

Entre as informações compartilhadas com os 196 países estão as digitais dos dois criminosos fugitivos. Dessa forma, segundo Urquiza, existe a possibilidade que eles sejam identificados automaticamente por órgão de imigração dos países integrantes da Interpol.

“Em vários países, o banco de dados da Interpol é cruzado com os bancos de dados nacionais, dados migratórios, lista de passageiros. Isso aumenta o espectro de instrumentos disponíveis para a polícia para tentar localizar a movimentação fora do Brasil”, disse Urquiza.

Conjunto de erros, diz investigação

Segundo informações do apresentador César Tralli, da TV Globo e da GloboNews, investigações preliminares conduzidas pela Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen) e pela Polícia Federal indicam que os dois fugitivos escaparam na madrugada de quarta-feira (14) pelo teto da cela.

Veja o que se sabe até agora, segundo fontes:

Por volta de 3h, os dois saíram pelo teto das celas arrancando uma estrutura metálica de alumínio e cabos de energia ligados à iluminação da cela;

Em seguida, eles saíram para o pátio e, com alguma ferramenta cortante – possivelmente obtida do canteiro de obras de uma reforma em andamento no presídio – cortaram um alambrado e fugiram

Câmeras do presídio registraram a passagem deles para o lado de fora, vestindo uniforme de preso;

A administração do presídio deu falta de Deibson e Rogério por volta das 5h, duas horas depois da fuga.

A fuga aconteceu por um conjunto de erros, aponta a investigação preliminar realizada pelo gabinete de crise do Ministério da Justiça e Segurança Pública, que foi instalado na capital potiguar.

Esta é a primeira fuga da história do sistema penitenciário federal. O ministério iniciou uma minuciosa vistoria no presídio de segurança máxima em resposta à fuga.

O Secretário Nacional de Políticas Penais, André Garcia, comanda pessoalmente o gabinete de crise instalado na delegacia da PF em Mossoró e determinou um “pente-fino” completo na estrutura do presídio, além de uma reavaliação de todos os funcionários que trabalham no local. A segurança da cadeia federal foi reforçada com mais agentes penais e policiais federais.