PAULO AFONSO-BA: EXTRAÇÃO ILEGAL DE PEDRA PARA CONFECÇÃO DE PARALELEPIPEDOS É ALVO DE OPERAÇÃO DE FISCALIZAÇÃO DO ICMBIO

 

Desta vez foi no Povoado Rio do Sal em Paulo Afonso Bahia, os Fiscais do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) em meio a operação de fiscalização RIO-RASO IV, que tinha como objetivo principal em seu planejamento “Proteger recursos e valores da unidades de conservação Mona do Rio São Francisco e ESEC Raso da Catarina na UC-Unidade de Conservação, suas ZAs-Zonas de Amortecimentos e áreas de influência, com atenção especial a fauna endêmica e/ou ameaçada: Arara-Azul-de-Lear (período reprodutivo de novembro a maio), Tatu-Bola, Jacu, Zabelê, Onça Parda, Macaco Prego Galego. Além de toda fauna e flora das UCs. “.

Identificou uma mineração irregular, no Povoado de Rio Sal em Paulo Afonso Bahia, o local esta totalmente inserido na Unidade de Conservação Monumento Natural do Rio São Francisco, esta unidade foi criada em 2009, com “objetivo de preservar ecossistemas naturais de grande relevância ecológica e beleza cênica”, é sabido por toda comunidade que é proibido a quebra de pedra naquele local, por existirem centenas de Sítios Arqueológicos com Pinturas Rupestres e que devido a esta atividade estão correndo risco de desaparecerem.

Com a constata do crime ambiental previsto no Decreto Federal 6514/2008 em seu art. 66, foi aplicada as sanções de multa, embargo da área e apreensão de 01 (uma) caçamba, por extração mineral sem a devida licença, autorização ou permissão do órgão ambiental competente.

No total foram apreendidos mais de 70 m³ (equivalente à mais de 20 caçambas) de Pedras prontas para a comercialização ilegal, todo o material está sendo doado para prefeituras da região, como Paulo Afonso, Santa Brígida e Glória, levando em consideração o poder aquisitivo das gestões municipais das cidades circunvizinhas.

Questionado pela reportagem de qual seria o destino das pedras doadas para Paulo Afonso, o chefe do ICMBio Paulo Afonso, o Senhor Emerson Leandro informou que: “ o acordo com a Prefeitura Municipal para receber as pedras foi utilizar todo o paralelepípedo na pavimentação do Povoado Rio Sal, ou seja, parte das pedras apreendidas irão para benefício da própria comunidade, somente após a confirmação do aceite desta proposta, as pedras foram doadas para Paulo Afonso.”

O chefe do ICMBio relatou que a operação continua e agora com o reforço de 01 (um) Droner para melhor fiscalizar as áreas.

Ainda neste dia 01 de setembro, foi realizada reunião entre a Secretaria de Meio Ambiente da Prefeitura Municipal de Paulo Afonso e o ICMBio, onde foi discutido os aspectos legais da legalização da atividade fora da Unidade de Conservação e como o poder público pode ajudar a diminuir os impactos negativos tanto no meio ambiente como na socioeconomia local.

O ICMBio mostrou-se sensível com a situação dos trabalhadores que atuam na quebra de pedra e está articulando a união de outros órgãos, para por fim de vez a ilegalidade da quebra de pedra nos locais proibidos e legalizar em área permitida, dando mais dignidade e gerando renda com segurança jurídica para aqueles trabalhadores.

Graças ao IBAMA há anos atrás (2004) e a atual gestão (2021) do ICMBio vários sítios arqueológico não foram destruídos e muitos estão intactos.