Carta Manifesto a prefeitura de Paulo Afonso.
Att: Sr°. Prefeito Luiz Barbosa de Deus.
Estamos há um ano travando uma batalha contra um novo inimigo. Onde o setor fitness se antecipou ao decreto, fechou suas academias, e passou a estudar e pesquisar o problema. Devido a falta de estudos e informações na época, por ser uma novidade, procuramos as secretarias de Indústria, comércio e turismo e a da Saúde. Sempre tentando buscar juntos soluções para minimizar os problemas e construir alternativas assertivas.
Quando percebemos a falta de norte, ainda assim, continuamos na postura propositiva e fomos verificar nas experiências em outros países, quais soluções e medidas foram tomadas para funcionamento com o menor grau de risco. Então chegamos em um protocolo com mais de 40 medidas de biossegurança. Por antecipação e de forma aberta dividimos o conhecimento entre todos do setor e nos unimos para adquirir pistolas térmicas, o quaternário de amônia (solução de desinfecção hospitalar), tapetes sanitizantes, inclusive os totens de álcool 70% em gel espalhados no interior das academias (medida essa, que já vinha sendo adotada anteriormente).
Entregamos esses protocolos de funcionamento nas duas secretarias ainda em maio de 2019, sendo o único setor a fazer isso de forma proativa.
Com esse relato queremos demonstrar que o setor fitness, sempre se manifestou favorável em respeitar a autoridade municipal e a traçar juntos caminhos e soluções para o atual problema sanitário e econômico.
Temos uma Lei aprovada na Câmara de Vereadores, a PL 06/2021(#Assinalogoprefeito), que torna a atividade física como essencial, levando em conta todos os conhecimentos científicos, sobre o poder de combate a infecção pelo novo coronavírus, como no combate as 40 doenças que podem vir a surgir em consequência desta enfermidade.
Estamos fazendo tudo de forma legal e informativa ao poder municipal e mais uma vez oferecemos a logística de fiscalização de nosso conselho regional(CREF-BA 13), que tem o maior poder e conhecimento de prática irregular de atuação, que já tem parceria por décadas com a vigilância sanitária e com as polícias civil e militar.
Dado essas informações e esclarecimentos, provando que sempre buscamos o caminho de construção, de soluções e diálogo. Para nossa tristeza e surpresa, nos deparamos com uma imensa surdez ou escuta seletiva.
Onde sabemos que a maior qualidade de uma liderança é o poder de escuta. Todos os municípios e Estados que estão tendo melhores resultados, são os que tiveram melhor escuta e diálogo com a sociedade, formando seus gabinetes de combate a crise.
Olhando para Paulo Afonso, de forma isenta e crítica, todas as ações estão sendo tomadas de cima para baixo, sem consultar opiniões, apresentar dados, estudos ou análises. E para esconder essa ingerência, apresentam os dados de ocupação de UTI que é apenas o resultado e consequência de múltiplos fatores e falhas por parte dos gestores. Como por exemplo: a falta de fiscalização adequada, desorganização e aceite popular das medidas por não terem sido construídas em conjunto com a população…
No Brasil a falta de conhecimento e eficiência das leis, se dá por uma cultura de construção delas, consultando e debatendo com as pessoas. O que leva a serem leis mortas. Para entendimento melhor:
“Direito consuetudinário é uma construção jurídica baseada em costumes a partir das tradições dos povos de determinado local e que passaram a ser aceitas como norma. … Como um elemento de resistência de um povo sem Estado e, ao fim, os costumes como uma prática das relações entre Estados no direito internacional público.”
Onde aqui tudo que foi flexibilizado, foi na base do grito e da força. Está certo isso?
Exposto isto, COBRAMOS DO PODER PÚBLICO UM COMITÊ DE COMBATE A CRISE E QUE ABRA UM CANAL DE DIÁLOGO COM A POPULAÇÃO EM GERAL.
Tal atitude, demonstrará que temos uma gestão democrática e que trabalha pensando na população e com a população. Resultando na aceitação e compromisso das pessoas em seguir as normas decretadas. Certas de que será por um bem maior.
Gratos pela atenção dispensada,
EFEEPA-Educação Física e Esporte Paulo Afonso.
Paulo Afonso, 29/03/2020.