e acordo com prontuários aos quais o g1 teve acesso, o nome e a assinatura de Arylton aparecem em atendimentos realizados nos dias 15 e 16 de outubro de 2022. No entanto, uma mulher que registrou um Boletim de Ocorrência afirmou que, apesar do prontuário estar assinado por Arylton, o atendimento foi feito por outra pessoa, cuja identidade ela desconhecia. A cronologia dos acontecimentos é a seguinte: No dia 15 de outubro de 2022, após um acidente de motocicleta, a mulher foi atendida no Hospital Português, em Euclides da Cunha. O prontuário foi assinado por Arylton Feliciano de Arruda. Em 19 de outubro, insatisfeita com a evolução do seu estado de saúde, a paciente retornou ao hospital e mencionou ao médico plantonista que havia sido atendida por um jovem, embora o registro do Cremeb no prontuário indicasse um médico mais velho. Ao investigar o número do Cremeb, a paciente descobriu que ele pertencia a um médico idoso, enquanto quem a atendeu era um rapaz. Após investigações, a Polícia Civil determinou que Tancredo Neves estava utilizando o carimbo e o nome do pai nos atendimentos. Em consequência, Tancredo foi indiciado por exercício ilegal da medicina e falsidade ideológica, com o caso sendo encaminhado ao Ministério Público da Bahia (MP-BA). O Conselho Regional de Medicina do Estado da Bahia (Cremeb) afirmou, em nota, que Tancredo Neves Lacerda Feliciano de Arruda não possui registro como médico no estado. Até a última terça-feira, não havia qualquer processo contra Arylton Feliciano de Arruda no Cremeb, mas o conselho declarou que investigará as responsabilidades de quem permitiu a atuação de Tancredo no hospital. Segundo dados do Conselho Federal de Medicina, Arylton Feliciano de Arruda é registrado no Cremeb desde 1975, mas não possui nenhuma especialidade médica certificada.