Em 1997, quando se lançou no mercado fonográfico brasileiro com álbum incensado pelos críticos, Jussara Silveira incluiu no repertório Espera (1975), samba cuja nobreza remete à obra de Paulinho da Viola, mas é da lavra de Ederaldo Gentil (1943 – 2012) com Oscar da Penha (1924 – 1997), o Batatinha. Decorridos 20 anos da estreia fonográfica, a cantora dá voz a Espera no show Sorrir e cantar – A nova velha guarda do samba da Bahia, apresentado ontem e hoje, 24 e 25 de janeiro de 2017, no teatro do Centro de Artes da UFF, na cidade fluminense de Niterói (RJ).
Sim, Gentil e Batatinha – de quem Jussara também canta Hora da razão (Batatinha e J. Luna, 1970) – são bambas do samba da Bahia, mote do show estreado pela cantora em Salvador (BA) em 2016 e aberto com exibição de trechos (sem som) de Vadiação (1954), filme em que o cineasta Alexandre Robatto documentou a ginga da capoeira, um dos pilares africanos do samba da Bahia. Aliás, o toque de um berimbau, percutido por Marcelo Costa, é o primeiro som ouvido em cena, pretexto para a cantora entrar no palco cantando Angola, tema tradicional de Capoeira.