PAULO AFONSO – Me permitam trazer essa nota em primeira pessoa, antes de tudo. Mas o trabalho da imprensa em nosso município precisa de vigilância e regras [as que estão na Constituição e valem para o restante do país] colegas “espertinhos”, ou mal acostumados, se apropriam do trabalho da gente (e de outros) como se fosse a coisa mais natural do mundo e nós devemos achar até “bacana”.
Porém, o plágio e a negação da autoria em fotos, por exemplo, é crime. E não dá mais para ignorar o fato e seguir em frente como se fosse a coisa mais normal do mundo. Não é.
No fim de semana, Manoel Alves se indispôs com um site local (famosérrimo por esse tipo de expediente) e foi às redes sociais cobrar que lhe dessem crédito por uma matéria dada por ele com exclusividade e com fotos que só ele tinha; ouviu do pessoal que as fotos foram tiradas da rede social. Aqui vai uma pergunta: rede social tira fotos? Google tira fotos? Não. Alguém as tira e as coloca na rede.
Eu me surpreendi ontem à noite, quando um amigo do Facebook me passou um texto como sendo de um colega, e na verdade o miolo do texto eu não só produzir como publiquei.
Disse ao colega que aquilo era errado e ouvi dele que “foi uma coincidência”, eu insisti que provaria a “coincidência”, o amigo foi e retirou a matéria. Mas não me deu o crédito.
“A gente tem que acabar com isso, é falta de respeito e de profissionalismo com o colega, se você tem uma informação ou parte dela de outra pessoa precisa citar”, disse Francisco Sales do “Região em Destaque. Net”.
Ontem, na Câmara Municipal, um dos fotógrafos que cobrem o legislativo estava reclamando “Se eu for colocar na justiça o que esse pessoal dos sites pegam de foto minha e não me dão o crédito e ganhar a causa estarei rido.”
A Rádio Bahia Nordeste, uma das poucas empresas que investem em programação jornalística, é uma das mais atingidas pela deslealdade. Como começa a programação por volta das 6h30, é comum ver o conteúdo jornalístico dela em sites sem que lhe deem o crédito.
Isso acontece por vários motivos: falta de ética, impunidade, mau-caratismo e desinformação.
A ideia de parte da imprensa é que resolvamos essa conduta antiprofissional com diálogo, mas não dando certo, já estamos nos precavendo com advogados que nos orientaram fazer “print” de tudo que publicamos com o horário e depois comparar ao que sai nos demais órgãos.
“Eu me chateio tanto que me dá vontade de bloquear a página”, disse Manoel Alves em cujo site está em ascensão. Eu o aconselhei que não: “a gente não tem que bloquear, tem que acionar a Justiça quando houver o crime.”
Por Ivone Lima.